Era quarta feira, e meu despertador tocou - Mais 10 minutinhos só - Eu pulei da cama e voei pro banheiro. Atrasada, de novo! Liguei pra Monique pra garantir que o Chiquinho ia me esperar.. kkk :D E eu saí parecendo uma louca sem pentear o cabelo. Sentei do lado da Nathy, como sempre! Quando cheguei na sala, algumas pessoas já estavam lá.
- Oi Joon.
- Pam, tudo bem?
Coloquei meu material na banca, e me joguei na carteira morrendo de sono.
É tudo sempre tão igual que eu não percebo o tempo passando de um jeito assim, meio anormal.
Eu falo oi e sorrio para algumas pessoas, no dia seguinte eu não cumprimento ninguém e percebo que aquela menina do outro lado da sala está me encarando. No outro dia, nós tiramos fotos e na aula seguinte, é prova. Tudo vai simplesmente acontecendo numa ordem de fatores desiguais.
E eu, bom, não vejo a hora de ir embora. Mas de repente me vem um nó na garganta. E agora está todo mundo assim, extasiado. É um junção de todas as emoções possíveis e imagináveis, misturadas com o vazio do nada. É uma loucura para acabar logo tudo isso, e um aperto por saber que vai acabar. Uma alegria por saber que é um recomeço, e uma tristeza por saber que também é um fim. É um sentimento tão estranho, uma mistura de tudo e nada, que só um adolescente poderia sentir. Quase uma insanidade. Nossa cabeça gira tão cheia de recuperações, matérias, vestibulares e conteúdos que parece que vai explodir. Parece que não vamos aguentar chegar até o final e queremos desistir a toda hora. Ao mesmo tempo, tudo parece estar dizendo adeus. Todos os armários e bebedouros, e até mesmo as carteiras. Todas as pessoas te olham como se nunca mais fossem te ver. É tudo tão intenso que choca, pasma. E tudo começa a virar 'último'. 'Ultimo' trabalho, 'ultima' vez que você está entrando naquela sala, 'ultima' olhada nos bancos, funcionários, professores e alguns colegas. E embora seja aquilo que todos estavam loucos para chegar logo, quando chega, deixa todo mundo nesse estado de choque, com medo. É o terceiro ano. Enfim, aqui estamos. Nos perguntamos como foi que chegamos até aqui. Onde foi parar nosso giz de cera? E nossos cadernos de caligrafia?Agora com a mesma intensidade da ansiedade que tínhamos para esse ano chegar logo, sentimos a tristeza por ele passar tão rápido. E o que vamos fazer? Não haverá mais aquele friozinho na barriga no começo do ano para saber o que mudou na escola. Não haverá mais aquele abraço apertado nos colegas que você não viu durante as férias. Nem o conhecido desespero antes das provas. Não haverá mais dedos cruzados para a escolha dos seus professores. As carteiras estarão vazias e o despertador, bom, esse não tocará mais. Alguns amigos também vão sumir. Aquele com quem você conversa pouco, mas que tem um sintonia com seus pensamentos. Aquela que senta do seu lado, e só abre a boca pra dizer bom dia. Os meninos que não perdem a piada e nem a chance de te zoar. Aqueles todos que você gosta tanto que chega a ser amor, mas que não são tão seus amigos e que nem mesmo o telefone deles você tem. Pensando nisso, eu senti umas poucas lágrimas escaparem por meus olhos. Imaginei como seriam meus dias sem o Oi curioso da Pam. Como serão os meus dias sem o sono intenso da Jon, e as piadas idiotas do Edson Felipe. Como serão os dias sem as conversas rápidas com a Flávia, com a Renata, a Patrícia, e o pessoal do outro lado da sala, que, mesmo que eu não tenha tanto contato assim, sei que farão uma falta absurda. E como será a vida, quando não houver mais o Felipe para tirar onda com a minha cara falando do Timão ou a Pam com o Melhor do melhor do mundo? E a Jon no Face e Twitter a manhã inteira? Como será a vida sem as meninas distribuídas em três carteiras a minha volta, passando bilhetes, colas e coisas de uma para outra? Já posso sentir, desde agora, um desfalque dentro mim. Porque eu sei que aquelas boas e intimas amizades vão durar, pelo menos vão durar mais do que aquelas não tão próximas.
Eu sei que aqueles amigos que andam comigo no intervalo vão continuar ali, talvez um pouco mais distantes, talvez com um pouco menos de contato, mas ainda assim, vão estar por ali. Mas e aqueles outros? E os meninos do fundo, que sempre falam aquelas besteiras impossíveis de não rir? O Tatay, show de bola, sempre com um comentário sobre o Vasco! E o "eu vou sair do colégio" do Rodolfo quando ele se abusa da cara da galera? E as pérolas da Carol falando Plerplexa? E as músicas bem boas que nós cantamos em coral? (Lembro da Junny, Glória e Letxi cantando Kelly Key, kkk) E nós todos, 3º Ano inteiro, como ficaremos separados? Sabe, o que vamos fazer quando não precisarmos mais bolar falas de ultima hora para entregar para os professores? O que faremos com as colas e os gabaritos, passados e repassados pela sala inteira? Me digam, o que vai acontecer com nossas boas e velhas risadas? Com as palhaçadas da Glória? Ou os infindáveis debates que quase sempre causavam polêmica na sala? Quem vai gritar VAMOS BATER UM PAPO quando a professora de sociologia chegar na sala? Não sei mais. Talvez daqui a alguns anos, alguém venha me contar que a Thainá virou professora de matemática. Talvez um dia, eu fique sabendo que a Amanda se formou em outro colégio, longe de nós, mas está feliz por lá! E o Madian aprendeu a gritar SANTA RITA mais bonitinho. Talvez também, eu veja o Tatay na TV falando algo sobre jogos do Brasil como comentarista, kk. E quem sabe eu não veja até mesmo o Rô qualquer dia comprando DVD na feira, os da Ivete . E eu vou lembrar de como eramos todos muito bons juntos, mesmo com todas as brigas, rinchas e intrigas temporárias. De como parecia que a nossa sintonia era uma só, e que o único motivo para nos dividirmos em panelinhas e grupos, era a timidez. Porque só conhecemos as pessoas direito e vemos o quão boas elas são, quando estamos prestes a deixá-las e, mesmo que isso seja injusto, é a maior certeza que podemos ter na vida. Enfim, vou me lembrar dos dias memoráveis. Vou inevitavelmente esquecer alguns nomes. E vou descobrir que nunca quis ter deixado essa época. Vamos todos descobrir isso. Descobrir que, mesmo aqueles com quem não nos dávamos, farão falta. Enquanto o tempo vai se esgotando, vamos nos despedindo silenciosamente uns dos outros. Em cada piada, em cada olhar e em cada sorriso, ouvimos o adeus mudo na garganta das pessoas. Esperando que conosco seja diferente e acreditando que ainda viveremos muita coisa juntos. Infelizmente, é só para nos reconfortar, porque a separação é inevitável e sabemos que a maioria desses que estão sentados agora na nossa frente, nunca mais veremos. Ainda assim, nos olhamos com esperança, tendo a plena certeza que tudo valeu a pena e de que nada nunca vai apagar essa época do nosso coração. Porque o tempo vai passar, a memória vai esquecer e as fotos vão se perder, mas a maior lembrança vai ficar no coração. E mesmo que hoje as diferenças sejam grandes, tenho certeza que, se pudéssemos escolher uma sala entre todas, seria essa: TERCEIRÃO 2011 MARCA!! COLÉGIO SÃO MATEUS, BOCA DA MATA! Mesmo querendo gritar, pedir e implorar para que não vão embora, eu só digo um "Adeus", na esperança de que sirva como "Até logo" e torcendo para que a vontade de nos reencontrar seja maior que a saudade que deixaremos uns nos outros. Estranho dizer isso, mas obrigada por fazerem parte da minha vida. E mesmo que não pareça, mesmo que vocês duvidem disso... Mesmo que eu não tenha citado alguns nomes aqui. Digo e repito como uma única certeza na vida: amo todos vocês e a saudade já começa a me sufocar desde agora.
- Pam, tudo bem?
Coloquei meu material na banca, e me joguei na carteira morrendo de sono.
É tudo sempre tão igual que eu não percebo o tempo passando de um jeito assim, meio anormal.
Eu falo oi e sorrio para algumas pessoas, no dia seguinte eu não cumprimento ninguém e percebo que aquela menina do outro lado da sala está me encarando. No outro dia, nós tiramos fotos e na aula seguinte, é prova. Tudo vai simplesmente acontecendo numa ordem de fatores desiguais.
E eu, bom, não vejo a hora de ir embora. Mas de repente me vem um nó na garganta. E agora está todo mundo assim, extasiado. É um junção de todas as emoções possíveis e imagináveis, misturadas com o vazio do nada. É uma loucura para acabar logo tudo isso, e um aperto por saber que vai acabar. Uma alegria por saber que é um recomeço, e uma tristeza por saber que também é um fim. É um sentimento tão estranho, uma mistura de tudo e nada, que só um adolescente poderia sentir. Quase uma insanidade. Nossa cabeça gira tão cheia de recuperações, matérias, vestibulares e conteúdos que parece que vai explodir. Parece que não vamos aguentar chegar até o final e queremos desistir a toda hora. Ao mesmo tempo, tudo parece estar dizendo adeus. Todos os armários e bebedouros, e até mesmo as carteiras. Todas as pessoas te olham como se nunca mais fossem te ver. É tudo tão intenso que choca, pasma. E tudo começa a virar 'último'. 'Ultimo' trabalho, 'ultima' vez que você está entrando naquela sala, 'ultima' olhada nos bancos, funcionários, professores e alguns colegas. E embora seja aquilo que todos estavam loucos para chegar logo, quando chega, deixa todo mundo nesse estado de choque, com medo. É o terceiro ano. Enfim, aqui estamos. Nos perguntamos como foi que chegamos até aqui. Onde foi parar nosso giz de cera? E nossos cadernos de caligrafia?Agora com a mesma intensidade da ansiedade que tínhamos para esse ano chegar logo, sentimos a tristeza por ele passar tão rápido. E o que vamos fazer? Não haverá mais aquele friozinho na barriga no começo do ano para saber o que mudou na escola. Não haverá mais aquele abraço apertado nos colegas que você não viu durante as férias. Nem o conhecido desespero antes das provas. Não haverá mais dedos cruzados para a escolha dos seus professores. As carteiras estarão vazias e o despertador, bom, esse não tocará mais. Alguns amigos também vão sumir. Aquele com quem você conversa pouco, mas que tem um sintonia com seus pensamentos. Aquela que senta do seu lado, e só abre a boca pra dizer bom dia. Os meninos que não perdem a piada e nem a chance de te zoar. Aqueles todos que você gosta tanto que chega a ser amor, mas que não são tão seus amigos e que nem mesmo o telefone deles você tem. Pensando nisso, eu senti umas poucas lágrimas escaparem por meus olhos. Imaginei como seriam meus dias sem o Oi curioso da Pam. Como serão os meus dias sem o sono intenso da Jon, e as piadas idiotas do Edson Felipe. Como serão os dias sem as conversas rápidas com a Flávia, com a Renata, a Patrícia, e o pessoal do outro lado da sala, que, mesmo que eu não tenha tanto contato assim, sei que farão uma falta absurda. E como será a vida, quando não houver mais o Felipe para tirar onda com a minha cara falando do Timão ou a Pam com o Melhor do melhor do mundo? E a Jon no Face e Twitter a manhã inteira? Como será a vida sem as meninas distribuídas em três carteiras a minha volta, passando bilhetes, colas e coisas de uma para outra? Já posso sentir, desde agora, um desfalque dentro mim. Porque eu sei que aquelas boas e intimas amizades vão durar, pelo menos vão durar mais do que aquelas não tão próximas.
Eu sei que aqueles amigos que andam comigo no intervalo vão continuar ali, talvez um pouco mais distantes, talvez com um pouco menos de contato, mas ainda assim, vão estar por ali. Mas e aqueles outros? E os meninos do fundo, que sempre falam aquelas besteiras impossíveis de não rir? O Tatay, show de bola, sempre com um comentário sobre o Vasco! E o "eu vou sair do colégio" do Rodolfo quando ele se abusa da cara da galera? E as pérolas da Carol falando Plerplexa? E as músicas bem boas que nós cantamos em coral? (Lembro da Junny, Glória e Letxi cantando Kelly Key, kkk) E nós todos, 3º Ano inteiro, como ficaremos separados? Sabe, o que vamos fazer quando não precisarmos mais bolar falas de ultima hora para entregar para os professores? O que faremos com as colas e os gabaritos, passados e repassados pela sala inteira? Me digam, o que vai acontecer com nossas boas e velhas risadas? Com as palhaçadas da Glória? Ou os infindáveis debates que quase sempre causavam polêmica na sala? Quem vai gritar VAMOS BATER UM PAPO quando a professora de sociologia chegar na sala? Não sei mais. Talvez daqui a alguns anos, alguém venha me contar que a Thainá virou professora de matemática. Talvez um dia, eu fique sabendo que a Amanda se formou em outro colégio, longe de nós, mas está feliz por lá! E o Madian aprendeu a gritar SANTA RITA mais bonitinho. Talvez também, eu veja o Tatay na TV falando algo sobre jogos do Brasil como comentarista, kk. E quem sabe eu não veja até mesmo o Rô qualquer dia comprando DVD na feira, os da Ivete . E eu vou lembrar de como eramos todos muito bons juntos, mesmo com todas as brigas, rinchas e intrigas temporárias. De como parecia que a nossa sintonia era uma só, e que o único motivo para nos dividirmos em panelinhas e grupos, era a timidez. Porque só conhecemos as pessoas direito e vemos o quão boas elas são, quando estamos prestes a deixá-las e, mesmo que isso seja injusto, é a maior certeza que podemos ter na vida. Enfim, vou me lembrar dos dias memoráveis. Vou inevitavelmente esquecer alguns nomes. E vou descobrir que nunca quis ter deixado essa época. Vamos todos descobrir isso. Descobrir que, mesmo aqueles com quem não nos dávamos, farão falta. Enquanto o tempo vai se esgotando, vamos nos despedindo silenciosamente uns dos outros. Em cada piada, em cada olhar e em cada sorriso, ouvimos o adeus mudo na garganta das pessoas. Esperando que conosco seja diferente e acreditando que ainda viveremos muita coisa juntos. Infelizmente, é só para nos reconfortar, porque a separação é inevitável e sabemos que a maioria desses que estão sentados agora na nossa frente, nunca mais veremos. Ainda assim, nos olhamos com esperança, tendo a plena certeza que tudo valeu a pena e de que nada nunca vai apagar essa época do nosso coração. Porque o tempo vai passar, a memória vai esquecer e as fotos vão se perder, mas a maior lembrança vai ficar no coração. E mesmo que hoje as diferenças sejam grandes, tenho certeza que, se pudéssemos escolher uma sala entre todas, seria essa: TERCEIRÃO 2011 MARCA!! COLÉGIO SÃO MATEUS, BOCA DA MATA! Mesmo querendo gritar, pedir e implorar para que não vão embora, eu só digo um "Adeus", na esperança de que sirva como "Até logo" e torcendo para que a vontade de nos reencontrar seja maior que a saudade que deixaremos uns nos outros. Estranho dizer isso, mas obrigada por fazerem parte da minha vida. E mesmo que não pareça, mesmo que vocês duvidem disso... Mesmo que eu não tenha citado alguns nomes aqui. Digo e repito como uma única certeza na vida: amo todos vocês e a saudade já começa a me sufocar desde agora.